Saturday, May 03, 2008

O país do futebol

Recebemos esse codinome, O País do Futebol. Merecido ou imerecido? Certamente merecido se olharmos pelo lado das conquistas, somos os maiores campeões mundiais do esporte. Certamente também não falta paixão pelo esporte por aqui. Fala-se muito sobre o esporte, em jornais, telejornais, programas específicos e transmissões de eventos ao vivo.

Seria de esprar que certas tradições devessem ser sagradas. Bater uma bola, jorgar uma pelada de final-de-semana, assistir ao jogo do clube do coração nas tardes de domingo e, conforme a disponibilidade financeira, assistir a um jogo noturno nas quartas-feiras; às nove horas, certo?

Errado! O tradicional jogo das 21:00 horas não é mais disputado às nove da noite. É disputado às 21:45, mais tarde, embora o horário tardio não seja recomendável para quem precisa levantar cedo no dia seguinte, dia útil, de batente. Ocorre que 21:00 horas é horário da novela na maior emissora de televisão do país que, não por acaso, também é dona do futebol brasileiro.

A penúria financeira dos clubes parece fazer parte de um plano bem urdido. O primeiro grande golpe foi a maldita Lei Pelé, que liberou os atletas brasileiros para o mercado internacional, atendendo a interesses de empresários do futebol e acabando com importante fonte de renda dos clubes.

Sem essa importante fonte de renda, os clubes começaram a negociar as transmissões dos jogos pela televisão, sempre atendendo aos critérios ditados pelo canal de televisão que passou a monopolizar os espetáculos. Calendários e horários passaram a não atender mais aos clubes ou às torcidas, mas sim aos interesses comerciais da televisão concessionária.

Nosso futebol tornou-se pobre, mas não um espetáculo para pobres. Tornou-se um espetáculo paras as elites, que pode pagar pelos canais privados que o transmitem. Uma pena.

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