Seria de esprar que certas tradições devessem ser sagradas. Bater uma bola, jorgar uma pelada de final-de-semana, assistir ao jogo do clube do coração nas tardes de domingo e, conforme a disponibilidade financeira, assistir a um jogo noturno nas quartas-feiras; às nove horas, certo?
Errado! O tradicional jogo das 21:00 horas não é mais disputado às nove da noite. É disputado às 21:45, mais tarde, embora o horário tardio não seja recomendável para quem precisa levantar cedo no dia seguinte, dia útil, de batente. Ocorre que 21:00 horas é horário da novela na maior emissora de televisão do país que, não por acaso, também é dona do futebol brasileiro.
A penúria financeira dos clubes parece fazer parte de um plano bem urdido. O primeiro grande golpe foi a maldita Lei Pelé, que liberou os atletas brasileiros para o mercado internacional, atendendo a interesses de empresários do futebol e acabando com importante fonte de renda dos clubes.
Sem essa importante fonte de renda, os clubes começaram a negociar as transmissões dos jogos pela televisão, sempre atendendo aos critérios ditados pelo canal de televisão que passou a monopolizar os espetáculos. Calendários e horários passaram a não atender mais aos clubes ou às torcidas, mas sim aos interesses comerciais da televisão concessionária.
Nosso futebol tornou-se pobre, mas não um espetáculo para pobres. Tornou-se um espetáculo paras as elites, que pode pagar pelos canais privados que o transmitem. Uma pena.
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